segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Carta e clichês


"Como muitos clichês dizem por aí, tudo é passageiro.
As pessoas se vão, as jóias - algum dia - serão esquecidas, as roupas não servirão mais e os papéis de tantas cartas escritas e já recebidas, decomporão levando consigo somente as palavras rabiscadas.
Esta carta um dia será deixada numa antiga gaveta. Não tenha dúvida. Mas o sentimento que nela deposito, será eternamente lembrado.
Muito tempo eu não possuo, são poucas as palavras que me pertencem, mas do que me serve tantas letras e rimas se a poesia mais bela que existe já é minha?
Você.
Como muitos clichês dizem por aí, tudo é passageiro. A não ser pelo nosso amor."

Como um pouco de dificuldade, ele assinou e deixou o papel ao lado da amada.
Por alguns instantes, a observou e notou que mesmo depois de tanto tempo ainda sentia seu coração transbordar de paixão.
Sem muito pensar, se aproximou e beijou aquele rosto delicado cheio de rugas, na qual amava admirar. Mas já estava tarde, então deitou, fechou os olhos e dormiu profundamente. Como um anjo.

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