quinta-feira, 3 de março de 2011

"Eu quero ver estrelas no teto do quarto."

Eu não quero alguém que mexa apenas com os meus hormônios. Eu quero alguém que crie em mim um vendaval da cabeça aos pés. Eu não quero ter que fingir que não estou nem aí pra não demonstrar interesse. Eu quero alguém pra quem eu possa ligar quando sentir falta. Eu não quero alguém que só perceba que eu estou afim se eu forçar demonstração de interesse. Eu quero alguém com sensibilidade o suficiente pra perceber o que eu quero e como eu quero. Eu não quero alguém que eu não saiba onde está e com quem está. Eu quero alguém disposto a caminhar ao meu lado. Eu não quero ninguém igual a mim. Eu quero alguém que tenha os mesmos sonhos que eu. Eu não quero alguém que não me aceite como eu sou. Eu quero alguém por quem eu sinta vontade de mudar.

"Eu quero ver estrelas no teto do quarto."

Ulisses e a ilha desconhecida

Os seus homens necessitavam de água potável, por isso, ao aportar na ilha desconhecida, seguiu rapidamente por uma vereda por onde vertia uma plácida corrente de água. A vegetação era frondosa, mas não densa, o que permitiu a que rapidamente chegasse ao seu destino. Qual foi o seu espanto ao constatar que a fonte que dava origem ao ribeiro estava ornada por uma construção em pedra.
Ainda no barco, Ulisses não conseguira ver qualquer construção, nem observou nenhum sinal – como, por exemplo, fumo – que lhe indicasse qualquer presença humana. Também nenhum dos sons que ouvira lhe indicava que a ilha fosse habitada, daí ter presumido que era deserta.
Agora, chegado à fonte de água, as suas convicções esvaíam-se. Se a ilha não era habitada, pelo menos já o fora e talvez fosse visitada por alguém. Alguém que lhes pudesse explicar ao certo onde estava e quão distantes estavam de Ítaca.
Os seus homens rapidamente encheram os alforges de água e retomaram o caminho de regresso. Saciada a sede da população, Ulisses formou três grupos para procurarem possíveis habitantes. Um seguiria pela orla marítima em busca de uma aldeia de pescadores. O segundo avançou pelo caminho do ribeiro para ver as suas imediações. Se a ilha fosse habitada por homens, estes necessitariam de água. O terceiro grupo seguiria pelas escarpas a leste, que, apesar da sua aparente inospitalidade, poderiam albergar gentes desconhecidas.
Ulisses permaneceu junto ao navio a analisar o desenho que rapidamente fizera da construção. Os motivos eram-lhe desconhecidos. Não se pareciam em nada com os da sua Ítaca natal, nem com outros que conhecera nas suas viagens. Quem seriam os seus autores? Homens, estranhas criaturas ou os enigmáticos deuses.

quarta-feira, 2 de março de 2011

DóReMi...

 
Larga o violão, e vem tocar a melodia que mais te agrada.
Larga o violão, e prova que sabe os meus acordes de cor.
Larga o violão, e entra no meu ritmo, no meu compasso.
Larga o violão, e vem harmonizar o meu dia.

terça-feira, 1 de março de 2011

A historia*


Ela abre a janela de seu quarto e enxerga um imenso céu azul. Não há nuvens. Nem pássaros. Apenas a imensidão daquele que a abraça num bom dia mais que especial. E é através dele que ela decide, depois de tanto se fechar, abrir os botões de sua alma para respirar melhor. Os pulmões não se seguram nessa euforia de ser livre e dão o suspiro mais leve e, paradoxalmente mais intenso de toda a sua vida. Nesse momento, ela sente os pés retomarem o chão de outrora perdido. Sente a cabeça voltar às nuvens e os sonhos retornarem ao coração... De onde jamais deveriam ter saído.
Então ela percebe ter perdido as chaves do tempo passado... E torce bem lá no fundo de sua alma, para nunca mais achá-las. Mas também não quer saber onde estará amanhã. Ela deseja apenas o agora, como uma criança deseja ver um arco-íris no final daquela chuva que levou seu barquinho embora na enxurrada. E há recompensa maior do que as cores de um arco-íris? Por isso, ela se pergunta: quem sabe esse mesmo arco-íris esteja mesmo é do lado de cá, do lado de dentro, onde todas as cores podem sempre ser mais e mais radiantes e, assim também, os sentimentos? E é nesse instante que ela sente. Ela sabe. Falta pouco para que sua tela em branco se transforme. Ganhe vida. Não há espaço para o cinza. Seu coração anseia pelas tonalidades vibrantes. Assim como sua alma. Ambos hoje estão juntos, numa mesma sintonia de paz... E abertos para o que der e vier, mas cientes de que só o melhor fará morada.