sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Palavras, pra que te quero?



Às vezes as palavras somem e não são só do papel, elas simplesmente não se articulam. Isso acontece comigo quando algo intenso acontece, pode ser sofrimento ou satisfação. Agora vivo assim, sem nada muito importante passar pela cabeça, sem muita inspiração para puxar assunto. Os dias estão muito mais interessantes que as palavras. As noites também. Bem mais. O único porém é aexperiência. Esse freio de mão puxado que não me deixa erguer os braços para curtir o vento bom que vem de encontro. Pode ser dor guardada, aquela que terei que conviver para sempre. Mas, com a minha dor eu me entendo, é o que sobrou do meu relacionamento com meu pai no presente, então, a cultivo com amor, por mais estranho que isso pareça ser. Pode ser constrangimento pelo sofrimento alheio, tão espalhado nesse mundo cão. E também o cagaço de algo ruim acontecer e estragar minha boa vida. Acho que vou parar de ler o jornal, acho que é ele, culpa dele. Das palavras escritas nele. Não quero saber que a Europa vai ter um ano mais difícil na economia. Nem que o vírus transmutado na gripe aviária pode dizimar 1/3 da população. Por mim, que a corregedoria e os magistrados se matem. Quero que vá para puta que o pariu esses gestores com a política higienista da cracolândia e desejo não descobrir que nenhuma criança morreu no acidente do navio na Itália. Aliás, desejo que crianças nasçam, sejam saudáveis e amadas. E que os homens gostem menos de dinheiro e mais das pessoas. E que os animais não paguem o pato. As notícias continuarão horríveis, à despeito dos meus desejos, eu sei. Mas, se eu não tomar conhecimento, quem sabe então poderei exacerbar meu momento sem medo, nem constrangimento. Só os ignorantes são felizes? Ahã. Sim.

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