Então abri a bolsa, peguei meu kit-desenho-para-quem-não-sabe-desenhar e esbocei uma borboleta. Depois pintei uma asa de azul com bolinhas vermelhas e a outra de amarelo com bolinhas lilás, como aquelas que eu desenhava aos cinco anos de idade. Mostrei pra ele. Tomei um gole do meu wisk.
- Elas estão no meu estômago, doutor. Milhares.
- E são assim, coloridas?
- São, exatamente assim. Não entendo muito disso, mas deve ser pra colorir a alma.
- Por acaso, você quer se livrar delas?
- Não, de jeito nenhum. Sinto que elas sempre estiveram aqui, mas só começaram a bater as asas agora.
- E por que me chamou?
- É que eu quero que elas fiquem aqui pra sempre.
- Simples... Continue amando.
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