terça-feira, 1 de março de 2011

A historia*


Ela abre a janela de seu quarto e enxerga um imenso céu azul. Não há nuvens. Nem pássaros. Apenas a imensidão daquele que a abraça num bom dia mais que especial. E é através dele que ela decide, depois de tanto se fechar, abrir os botões de sua alma para respirar melhor. Os pulmões não se seguram nessa euforia de ser livre e dão o suspiro mais leve e, paradoxalmente mais intenso de toda a sua vida. Nesse momento, ela sente os pés retomarem o chão de outrora perdido. Sente a cabeça voltar às nuvens e os sonhos retornarem ao coração... De onde jamais deveriam ter saído.
Então ela percebe ter perdido as chaves do tempo passado... E torce bem lá no fundo de sua alma, para nunca mais achá-las. Mas também não quer saber onde estará amanhã. Ela deseja apenas o agora, como uma criança deseja ver um arco-íris no final daquela chuva que levou seu barquinho embora na enxurrada. E há recompensa maior do que as cores de um arco-íris? Por isso, ela se pergunta: quem sabe esse mesmo arco-íris esteja mesmo é do lado de cá, do lado de dentro, onde todas as cores podem sempre ser mais e mais radiantes e, assim também, os sentimentos? E é nesse instante que ela sente. Ela sabe. Falta pouco para que sua tela em branco se transforme. Ganhe vida. Não há espaço para o cinza. Seu coração anseia pelas tonalidades vibrantes. Assim como sua alma. Ambos hoje estão juntos, numa mesma sintonia de paz... E abertos para o que der e vier, mas cientes de que só o melhor fará morada.

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